Aumento no número de casos de sífilis preocupa profissionais da saúde

14/03/2022 as 17:55

Profissionais de saúde estão preocupados com aumento em casos de sífilis, foram notificados 183 novos casos somente no Hospital Eduardo de Menezes (HEM), da Fundação Hospitalar do Estado de Minas Gerais (Fhemig). A unidade faz parte do projeto estratégico de enfrentamento à doença e apoia as regionais do Barreiro e Venda Nova, em Belo Horizonte, para discussão de casos e alinhamentos técnicos com profissionais de saúde da atenção primária. 

“É uma epidemia silenciosa, com um imenso número de portadores, a maioria sem sintomas e com possibilidades de transmitir a doença, o que nos mostra a importância do uso de preservativos durante as relações sexuais - já que esta é a principal forma de evitar a infecção pela sífilis e outras patologias”, afirma o infectologista do HEM João Gentilini Fasciani de Castro.

A sífilis é uma doença sexualmente transmissível, com um crescente número de notificações. A infecção atinge principalmente adultos, mas também recém-nascidos e idosos. 
A gerente assistencial da unidade, Tatiani Fereguetti, faz um alerta e reforça a importância da popularmente conhecida “camisinha”. “Tivemos um aumento exponencial no número de casos e nas taxas de reinfecção na última década, o que, provavelmente, aponta para a baixíssima adesão ao uso de preservativos, especialmente em práticas sexuais orais. É importante lembrar que a sífilis, nas fases iniciais, é muito contagiosa e pode ser facilmente transmitida pelo contato sexual ou até mesmo por beijo na boca”, explica. 

De acordo com o infectologista João Gentilini, os exames sorológicos são fundamentais para o diagnóstico e o tratamento precoces, quebrando a cadeia de transmissão tanto da sífilis adquirida (por contato sexual ou transfusão de sangue) quanto da sífilis vertical, quando é passada da gestante para a criança. 

A sífilis tem cura e as unidades básicas de saúde possuem o chamado teste rápido, com resultado apresentado em minutos, que detecta também hepatite C, B e HIV. Quando diagnosticados, os pacientes são tratados com uso de antibióticos. 
No caso da sífilis congênita, quando os sintomas ainda não surgiram, o diagnóstico exige a combinação da suspeita epidemiológica (histórico materno de sífilis, seu tratamento e seguimento na gravidez), avaliação clínica do recém-nascido ou da criança e testagem sanguínea.