Usuários de ônibus fazem pressão por mais investigações do transporte em BH

05/10/2023 as 15:19
TRANSPORTE | Registro de dois acidentes em menos de 15 dias, além de más condições dos ônibus, são as principais reclamações

Após protesto nesta quarta (4 de outubro) em razão dos dois acidentes registrados, em 13 dias, na linha de ônibus 815 (Estação São Gabriel/Conjunto Paulo VI) e com manifestação prevista para sexta-feira (6 de outubro) na Estação São Gabriel contra a linha 806 (Vista do Sol), usuários fazem pressão para que a situação do transporte coletivo em BH seja investigada de maneira mais aprofundada. Francisco Maciel, presidente da Associação dos Usuários do Transporte Coletivo (AUTC), afirma que a última esperança é que se analise de perto o quadro atual que, segundo ele, é marcado por negligência, descaso e desrespeito. A Prefeitura de Belo Horizonte (PBH), por sua vez, afirma que de julho a setembro fez 723 operações de fiscalização (veja nota abaixo).

“Esses acidentes são injustificáveis depois da aprovação de R$ 512 milhões em subsídio até o fim do ano. Não aceitamos nenhuma justificativa. A responsabilidade é da Prefeitura de Belo Horizonte e das empresas de ônibus. Uma não cumpre o contrato, a outra não fiscaliza. Os acidentes que estão acontecendo são fruto do descaso com a manutenção dos veículos. Além disso, os motoristas estão submetidos a péssimas condições depois que começaram a exercer a função dos cobradores, que foram extintos”, diz ele.

Ainda conforme Maciel, além de acidentes, os usuários enfrentam diversos outros obstáculos para ter garantido um direito essencial. “É superlotação, descumprimento do quadro de horários, maus-tratos à população. Estamos discutindo o desrespeito a um direito garantido pela constituição, tipificado como essencial. O transporte coletivo possibilita o acesso a mais direitos, como saúde, educação, cultura e lazer, por meio da mobilidade urbana”, afirma ele.

Integrante do Movimento Tarifa Zero, André Veloso também afirma que o que vem acontecendo no transporte público de Belo Horizonte é fruto da negligência da prefeitura e das empresas de ônibus. “Estamos vendo acidentes acontecerem com muita frequência. As empresas fazem manutenção corretiva, não preventiva. A prefeitura tem que entender que precisa exercer mais controle”, afirma ele.

Fonte: O Tempo