Queda na produção industrial no Brasil chega a 27,2% em Abril | Economia Em Foco por Luiz Resende

03/06/2020 as 23:02

Queda na produção industrial no Brasil chega a 27,2% em Abril

Comércio fechado. A preocupação sempre é com os números referente a queda nas atividades deste segmento. Afinal é o setor que, teoricamente, seria mais afetado.

Como já foi discutido anteriormente, todos os setores fazem parte de uma cadeia produtiva onde o comércio é uma ponta. A interrupção dessa ponta, vai impactar os setores dependentes dessa rede de distribuição. Vejam a seguir como essas medidas vem impactando a economia como um todo.

O IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas liberou os números referentes ao comportamento da indústria no mês de abril de 2020. A produção da indústria despencou 18,8% em relação a março, com a intensificação das restrições de circulação paralisando fábricas e mantendo as pessoas em quarentena em casa.

Essa é a queda mais forte na série histórica iniciada em 2002. Como no mês de março já tivemos fortes quedas de 9,0%, temos um número acumulado nesse período com contração de 26,1.

Se fizermos uma comparação com os números de abril do ano de 2019 essa queda é mais acentuada. Segundo o IBGE, na comparação com abril do ano passado, a produção teve recuo de 27,2%, sexta queda consecutiva e também recorde negativo da série histórica nessa comparação.

As causas principais que justificaram essa queda brutal nas atividades da indústria brasileira foram as férias coletivas, paralisações, redução da demanda provocada pelo fechamento do comercio e isolamento social adotados como medida de contenção à pandemia.

 A expectativa é que os números de maio sejam ainda piores. 

"Maio é o mês que tem maior presença de empresas fazendo interrupção e paradas, mas é claro que o setor industrial está fora do seu habitual por conta da pandemia e uma interrupção clara na indústria. É um movimento importante de perda de ritmo", explicou o gerente da pesquisa do IBGE, André Macedo. "É o pior momento da indústria brasileira. 


BOLSA E DÓLAR

Se por um lado os números da indústria não são animadores, boas notícias vêm da bolsa e do mercado de cambio.
Estamos acompanhando uma recuperação nos índices da bolsa de valores nos últimos dias. Lembrando que em março tivemos uma queda histórica de 29,9%. No mês de abril já tivemos uma recuperação de 10% e agora em maio fechamos com ganhos de 8,58%.

Iniciamos junho com mais altas e uma boa perspectiva em função do anúncio de reabertura gradual das economias na Europa e nos Estados Unidos, desaceleração da curva de contágio do COVID-19 e mais,com injeções bilionárias de capital pelos bancos centrais europeus que elevam as esperanças de uma recuperação mais rápida dessas economias, que sendo parceiras comerciais do Brasil, criam uma boa expectativa de recuperação por aqui também.

A moeda americana também vem apresentando queda com a cotação do dólar registrando no dia de ontem (02/06) o maior recuo num único dia em dois anos. A moeda americana recuou 3,25% ante o real e fechou a R$ 5,21, Enquanto a previsão para fins de 2020 chegou a R$ 5,40, o dólar fechava a R$ 5,33, na sexta-feira (29), descendo ainda mais neste início de semana.
Até esse momento (13 horas do dia 03/06) a queda continua, sendo cotado a R$5,04 com baixa de 3,2%.

Diminuição das turbulências palacianas e notícias boas na economia aqui e no exterior. Isso é o que precisamos, neste momento, para que a recuperação econômica seja mais rápida e menos dolorosa.


Luiz Resende para a Rádio 98 FM – Teófilo Otoni
*Com informações da Reuters