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Com: Aníbal Gonçalves

Quatorze são presos em operação contra anabolizantes ilegais; produtos tinham até repelentes de insetos na fórmula

14/01/2025 as 11:32
"BOMBA" | Quatorze pessoas foram presas nesta terça-feira (14) na Operação Kairos, da Polícia Civil do RJ e do Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ), contra a fabricação e a comercialização de anabolizantes clandestinos. Segundo as investigações, os produtos continham substâncias tóxicas e nocivas para seres humanos, como repelentes de insetos.

Entre as marcas — que não têm registro na Anvisa — estão a Next, Thunder Group, Venon, Pharma Bulls, Supreme, Kraft, Phenix e Blank.

Ao todo, 15 pessoas eram procuradas. Miguel Barbosa de Souza Costa Júnior, o Boss, apontado como o chefe da quadrilha, foi preso em uma casa de luxo em São Gonçalo. A mulher dele, Aiane, também foi presa.

No muro, placas com dizeres ameaçadores: “Propriedade particular — invasores serão alvejados; sobreviventes serão alvejados novamente” e “Atenção — da cerca pra dentro agimos igual ao STF — acusamos, julgamos e executamos a pena!”.

O grupo investigado patrocinava grandes eventos de fisiculturismo e atletas profissionais para alavancar as vendas. Em 6 meses, a 76ª DP (Centro de Niterói) identificou uma movimentação de R$ 80 milhões com o negócio, anunciado em plataformas on-line e nas redes sociais.

Ainda segundo o delegado responsável pelo caso, o grupo pagava R$ 10 mil para influencers divulgarem as marcas.

Agentes saíram para cumprir também 23 mandados de busca e apreensão no RJ e no DF. Foram expedidos ainda 8 mandados de medidas cautelares diversas da prisão.

O trabalho da polícia começou em junho de 2024, após uma parceria com o setor de fiscalização dos Correios, que identificou grandes quantidades de supostas substâncias anabolizantes enviadas diariamente para diversos locais do Rio de Janeiro, bem como para outros estados.

Para atrair os consumidores, a quadrilha anunciava seus produtos com preços bem abaixo dos oferecidos em farmácias autorizadas, que revendem substâncias legais com receita médica.

Um miligrama de hormônio legalizado, por exemplo, custa em média mais de R$ 50 e só pode ser comprado com prescrição justificável. No site ilegal, a mesma quantidade era vendida por R$ 18 e sem qualquer necessidade de autorização.

Fonte: G1 / Foto: Reprodução